domingo, 4 de novembro de 2012

Articulação da linguagem

Dizer que a linguagem é articulada, é dizer que temos à nossa disposição um número limitado de peças e que podemos organizá-las e combiná-las de forma ilimitada, é claro, seguindo as regras da língua.

Essas peças são os fonemas e os morfemas. O fonema é a menor unidade de som e não possui sentido algum se usado sozinho, mas possui função distintiva.

Exemplo:

  m / ata  b / ata  p / ata

O morfema é a menor unidade de sentido. Ao contrário do fonema, o morfema ao ser adicionado a uma palavra pode mudar sua classe gramatical, gênero, etc.

Exemplo:

          menin / o  desenh / o
          menin / a desenh / a
  desenh / ista

No caso da troca do “o” pelo “a” na palavra “menino”, há uma mudança de gênero. Já na palavra “desenho”, a troca do “o” pelo “a”, acarreta uma mudança de classe, pois “desenho” é um substantivo e “desenha” é o verbo “desenhar” conjugado. E quando adicionamos o sufixo -ista ao radical “desenh”, a palavra continua sendo um substantivo¸ porém o sentido da palavra é outro. “Desenhista” é aquele que faz o desenho.

São essas características que comprovam a capacidade de se reestruturar de uma língua, a capacidade de se articular de acordo com o sentido e a intenção do emissor da sentença.

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Fonte: Manual de Linguística / Mário Eduardo Martelotta, (org.). - 1ª ed., 2ª reimpressão. - São Paulo : Contexto, 2009.

LINGUÍSTICA FORENSE

Em muitos seriados americanos aparecem cenas de investigação criminal onde o investigador é auxiliado por outro profissional que pesquisa textos que são enviados pelo criminoso, esse profissonal pode ser diretamente relacionado a um estudioso de linguística forense. Muitos dizem que a arte imita a vida , e esse exemplo comum mostra um fato que pode ser real, o estudo da linguistica forense, onde é uma área de conhecimento que estabelece uma relação entre direito e linguística. Esse estudo se baseia em um principio bem simples: todos temos uma forma própria de utilização da língua que nos identifica no meio de muitas outras. É uma espécie de bilhete de identidade linguístico. É que, tal como os assassinos, cuja ação se adequa a um perfil, também a forma de expressão obedece a padrões linguísticos.Seus estudiosos dedicam-se não apenas à análise da linguagem própria do direito e das formas de interação estabelecidas entre os diversos sujeitos de uma investigação policial ou de um processo, mas também à de qualquer manifestação linguística capaz de influenciar no desfecho de um processo judicial. Neste caso, fala-se em linguagem como prova (COULTHARD; JOHNSON, 2007). Na atualidade considera-se que as três grandes áreas de atuação de um lingüista forense são: a linguagem jurídica e legal (Language of the Law), a linguagem do procedimento legal (Language of the Legal Process) e a linguagem evidencial ou probatorio (Language as Evidence). Relativamente recente no mundo inteiro, a linguística forense ainda é pouco desenvolvida no Brasil. Por outro lado, na Inglaterra e nos EUA, torna-se cada vez mais comum o recurso a linguistas por policiais, juízes e partes de um processo. Os profissionais são procurados para fornecerem um laudo pericial ou parecer técnico que auxilie na identificação do autor de um texto ou, ainda, no reconhecimento da autenticidade ou falsificação de um documento. E a ciência está tão avançada que é capaz de ir mais longe e descobrir a idade, o sexo, a raça e a origem do falante. E já resolveu satisfatoriamente muitos casos ao longo da sua existência. O que antes se aplicava quase exclusivamente a documentos, como por exemplo testamentos, foi agora generalizado a muitos outros, independentemente do suporte e até mesmo à linguagem oral. Cada vez mais a justiça está dependente de
investigações desta natureza.


Fonte:
KURTZ DOS SANTOS, LARISSA COSTA. LINGUÍSTICA FORENSE: UM CAMPO PROMISSOR.

http://www.forensiclinguistics.net/cfl_portuguese.html

http://mariadias.blogs.sapo.pt/75953.html


sábado, 3 de novembro de 2012

A linguística Estruturalista

É a estrutura das línguas, contendo signos linguísticos com significante e significado.Também aceito geralmente que essa linguística se organizou formalmente como ciência com a divulgação do curso de linguística geral proferido por Ferdinand de Saussure, na Universidade de Genebra na Suíça, entre 1906 e 1910.

Estruturalismo esta relacionado a antiguidade, idade média e Renascimento fortemente ligado a gramática normativa que sua preocupação essencial era dita normas e estrutura a língua escrita ou falada. Havendo no século xx a quebra da visão normativa, trazendo à tona a Diacronia que se difere da sincrônica.

A ideia própria da noção de sistema era anterior a Saussure, que só teria sistematizado a mesma resumindo ao seu campo de estudos  ao sistema sincrônico que pesquisa uma língua em determinado momento sem preocupação com sua origem, para assim entender sua evolução com o passar do tempo.prevendo a visão de sistema de Saussure, sem atingir a precisão de seus  estudos, Whitney compreendia a linguagem escrita como um corpo orgânico, onde cada parte se unem para forma os movimentos para que aconteça o verdadeiro sistema. O mesmo já alertava  para os sons, não a parte física do aparelho fonador,mas o seu significado, o que mais tarde teria o nome de fonema.

Outro precursor do estruturalismo foi Jan Ignacy. Foi linguista, político progressista, defensor das minorias oprimidas, preso em 1914 na Rússia tzarista, em razão  de ser liberalista: uma espécie de Chomsky do início do século XX. Polonês de nascença, contemporâneo de Saussure, viveu e trabalhou em diversos países, transcorrendo parte de sua carreira na universidade de São Petersburgo na Rússia, onde lecionou em 1868 e de 1900 a 1920. Baudouin de Coutenay publicou um artigo no qual afirma que os sons da língua exercem uma função distinta e que é necessário diferencia uma disciplina fisiológica, dedicado aos sons, de outros, psicológica, voltado para os estudos das imagens fônicas nas suas funções linguística  Como por exemplo uma criança que está iniciando seu processo alfabético, ela assimila o som da letra a uma imagem, é o caso da letra "a" liga o seu raciocínio para a fruta abacaxi  assim também com o "p" de papai, reconhecendo o mesmo como um membro afetivo seu. Percebemos o significado das músicas cujas letras envolvem o alfabeto.

Encontrando nestas músicas o mundo dos fonemas que esta no seu convívio a todo instante, tornando os assuntos da escola mais interessantes e fáceis  Para Meillet, dentro do sistema de língua, haveria outros mais, como os pronomes e outros,percebendo assim uma certa estrutura dentro do mesmo para que exista coerência, para quem estuda vai estudar ou até mesmo pesquisar.

Representante modelo do estruturalismo: Saussure nasceu em Genebra, na Suíça, em 1857, no seio de uma família de intelectuais protestante. Com 18 anos, iniciou estudos linguísticos em Berlim e Leipzig, na Alemanha, onde, com 21 anos, defendeu uma dissertação sobre o sistema primitivo de línguas indo-européia e, três anos mais tarde, sua tese de doutorado sobre o uso do genitivo absoluto em sânscrito. Com dezenove anos, já estava filiado à sociedade de lingüística de Paris, fundada em 1876, onde tinha cargo administrativo apresentando vários trabalhos, influenciado por teorias linguísticas ligados à linguística histórico-comparatista, entre eles Bopp e Scheicher.



Postado por: Andrea Ferreira

Linguística Computacional



A linguística computacional é a área do conhecimento onde é explorado as relações entre linguística e informática, tornando possível a construção de sistemas com capacidade de reconhecer e produzir informação apresentada em linguagem natural .
Na área da computação no caso particular nos estudos de linguas naturais, possibilitou o o surgimento de novas abordagens a problemas descritivos e práticos das línguas que antes não podiam ser tratados adequadamente.
Uma destas abordagens é a lingüística baseada em corpus, que utiliza computadores para o armazenamento e acesso a textos escritos ou falados. Um corpus lingüístico legível por máquina pode ser rapidamente pesquisado para obtenção de informações a respeito da regularidade da língua, tais como freqüência de palavras, de formas ou de construções. Outros trabalhos voltados na linguistica computacional é voltado ao processamento de linguagem natural, à construção de programas capazes de interpretar e/ou gerar informação fornecida em linguagem natural. A área de lingüística computacional será aqui apresentada através de seus princípios gerais, de acordo com os diferentes níveis de conhecimento lingüístico.

 FONTE: Linguística computacional : príncipios e aplicações.Renata Vieira , Vera Lúcia Strube de Lima.




Através do Jornal da PUC mostra como a pesquisa da linguistica computacional foi inovadora e foi premirada o link para se ler e se informar sobre essa área interessante: http://jornaldapuc.vrc.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2947&sid=21.


Livros de Linguística Computacional:

Lingüística computacional: princípios e aplicações (goo.gl/dFuje)

Linguistica computacional e linguistica de corpus (goo.gl/nchkp)

Linguística Computacional, Antonio Moreno Sandoval (goo.gl/7NgC1)

SINTAXE X-BARRA: UMA APLICAÇÃO COMPUTACIONAL (goo.gl/44Q0w)

Lingüística Computacional: uma breve introdução (goo.gl/Kl6Mb)


Bons Estudos ..



Postado por: Thayame Lopes

Dica de Leitura

Encontrei uma curta entrevista com Ingedore Villaça Koch, nome que ouvi durante todo o período na disciplina Leitura e Produção de Texto I. A autora de diversas obras é um dos nomes mais influentes da linguística textual brasileira e seus livros são considerados leitura obrigatória para qualquer curso de Letras.

Na entrevista ela fala da importância do estudo do texto e como essa área tem se expandido dentro do Brasil e influenciado também outras disciplinas.

Aqui vai o link para a entrevista:

Gramática: Normativa x Descritiva

Uma das coisas que mais me chamou atenção no curso de Letras foi que a gramática da escola (aquela que até hoje muita gente nunca aprendeu direito, a Gramática Normativa) não é a única que existe. As matérias Linguística I e Leitura e Produção de Texto I (entenda-se linguística textual) são um abrir de olhos para as diversas regras/variações que existem dentro da língua portuguesa.

Assim, por entender que a língua é viva (como explicou o colega Hugo em seu texto sobre preconceito linguístico), o estudo linguístico desenvolveu a Gramática Descritiva, que tem um alcance maior e mais real do que realmente acontece no português ou em qualquer outra língua.


Gramática Normativa

A Gramática Normativa, apesar de estar enfraquecida, ainda é a que predomina dentro das salas de aula de ensino fundamental e ensino médio. O motivo é que o modelo para essa gramática são os textos literários ou a variedade falada pelas pessoas com maiores posses. Dessa forma a ideia de domínio da variedade culta se mistura com a ideia de poder, então quem tem domínio da norma culta é letrado, tem mais capacidade que outros.

E é assim que a Gramática Normativa se mantém presente até hoje: imutável, ditadora de regras de bom uso da língua, o que é certo o que é errado, prescritiva. Qualquer desvio indica pobreza de conhecimento, inferioridade.


Gramática Descritiva

A Gramática Descritiva tem força principalmente no ensino superior. Ela não busca prescrever a forma correta de falar e escrever, ela faz a descrição da variedade da língua dentro de seu contexto. O exemplo mais o usado é a linguagem da internet: “E aí o que que nós vamo fzr no finds?”. O linguista descreveria a estrutura e as escolhas das palavras de acordo com o seu contexto e intenção dentro do grupo social em que a frase está inserida. E diria que não está errado. A sentença, cujo significado no “bom português” seria “E aí, o que nós vamos fazer no fim de semana?”, tem toda a razão de existir porque é mais uma forma de variação.

Para a Gramática Descritiva, portanto, a Gramática Normativa é somente outra variação possível em uma língua.



Postado por: Carolina Aurea

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Anteriormente ao Renascimento, as caracterizações gramaticais relacionavam-se particularmente às  línguas clássicas como por exemplo o latim. A reflexão do toscano Dante Alighieri (1265-1321) sobre as chamadas línguas vulgares da penisula itálica foi uma  das raras exceções conhecidas na Europa. Essas línguas tinham origem latina, porém muito utilizada pela população  não teve função linguística nos domínios culturais e nas instituições sociais e politicas, relacionadas ao latim. Dante Alighieri, do partido burguês ghibelino, fugiu de florença quando o partido da nobreza, os guelfis, conquistou o governo daquela cidade-estado. Durante seu exílio, conheceu a penísula itálica. Antes mesmo de escrever a Divina Comédia, em vulgari eloquentia, escrito entre 1304 e 1380, esclareceu sua opinião sobre a linguagem humana em geral, e também sobre os vulgares falados na Itália em especial.
Em sua obra, Dante divide as línguas da Europa em três grupos: o grego, o germânici-eslavo e românico, propondo ainda uma subdivisão do último grupo em línguas d' oil, língua d' oc e língua do si. Dante classificava a península itálica em quartoze  grandes dialetos, cada um caracterizado por variações secundárias. Podendo observar seu propósito político, pois buscava o melhor vulgar para ser falado em toda península  no contexto de uma unificação que compreendia como necessária. O critério de Dante avaliar era mais estilístico e subjetivo do que científico. O milanês, o bergamamasco e o friulano encontram-se entre os falares  considerados piores para desempenhar função de língua peninsular. Vendo o genovês como desagradável  e o vêneto como híspido. Para o mesmo, os falares trentino e piemontês não eram dignos de ser considerados, devido à sua demasiada proximidade de outras línguas ( respectivamente o alemão e o francês). Dante classificava bárbaros todos falares plebeus.
alemão


Postado por: Andréa Ferreira
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Fonte: A pré-história da Línguistica

Dica de leitura

Manual de linguística, de Mário Eduardo Martelotta, é um livro sobre linguística muito bom, que faz um apanhado geral e que expõe os assuntos de maneira clara. Os diversos colaboradores do livro falam das correntes linguísticas, psicolinguística, sociolinguística, o que caracteriza a linguística como ciência... Abordam variados temas de uma forma não cansativa e interessante para quem está em seus primeiros contatos com essa "ciência que é inteiramente desconhecida para a imensa maioria dos estudantes brasileiros que ingressam em uma universidade" (MARTELOTTA, 2009).

Aqui um link para ler o começo do livro que fala sobre conceituação, linguagem e língua e outros temas.



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Gerativismo

O gerativismo se iniciou nos Estados Unidos em 1957 com a publicação do livro Estruturas Sintáticas, de Noam Chomsky. Este linguista é o pai e também o mais influente teórico da linguística gerativa. As teorias do gerativismo, criadas por Chomsky, vieram em rejeição a uma teoria da psicologia, o behaviorismo – linha de pesquisa muito forte nos EUA.

O verbo “to behave” do inglês, significa em português “comportar-se”, e as teorias do behaviorismo são justamente voltadas para o comportamento, ou seja, o condicionamento. Para os teóricos dessa corrente, a linguagem seria adquirida através da repetição constante. Por exemplo, uma criança que está começando a falar, escuta os pais dizerem “bola, bola” toda vez que se referem àquele objeto esférico. Dessa forma, a criança começa a tentar imitar o som “b-o-l-a”, sendo, portanto, condicionada a chamar aquilo de “bola”.

Esse pensamento era tão forte que influenciou o ensino de língua estrangeira por muito tempo. Temos como exemplo o eterno diálogo ensinado nas primeiras aulas de inglês: “How are you?” “I’m fine. And you?” (“Como você está?” “Eu estou bem. E você?”). Com o passar do tempo essa metodologia de ensino acabou por ser abandonada, pois os alunos quando eram expostos a situações/perguntas diferentes não sabiam desenvolver uma conversa. E as duras críticas de Chomsky também enfraqueceram o behaviorismo.

Então, o que estuda o gerativismo? O gerativismo busca descrever e explicar o funcionamento da capacidade natural do ser humano de produzir e compreender frases, ou seja, busca entender “um dos aspectos mais importantes da mente humana” (MARTELOTTA, 2009).

Para essa escola linguística, a capacidade de linguagem é inerente ao ser humano, está na genética. Diferentemente do behaviorismo, que, como já foi dito, acredita na aquisição da linguagem através de estímulos do meio.

Como consequência dessa visão, Chomsky cria a Gramática Universal. Por acreditar que a faculdade da linguagem é inata ao ser humano, então todas as línguas naturais possuem uma gramática semelhante. As línguas podem soar o mais diferente possível, mas todas possuem elementos (artigo, substantivo, verbo) que se organizam de maneira parecida para formar uma sentença interrogativa, afirmativa, etc.

O estudo da Gramática Universal pode ser dividido em duas frentes: o “princípio”, que estuda exatamente os pontos em que as línguas se assemelham; e o “parâmetro”, que estuda as variações.

Enfim, os modelos do gerativismo se voltam para esse âmbito imaterial, ou seja, os estudiosos fazem análises longe do campo extralinguístico. O contexto não interessa. Para eles é necessário saber como o ser humano é capaz de compreender e criar sentenças nunca antes ditas, de perceber quais frases são gramaticais ou agramaticais (ex.: “comeu João feijão o frio”). Por isso as teorias são “hipóteses abstratas” e não fatos concretos.


Postado por: Carolina Aurea
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Fonte: Manual de Linguística / Mário Eduardo Martelotta, (org.). - 1ª ed., 2ª reimpressão. - São Paulo : Contexto, 2009.

PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Língua viva.


Dentro da estrutura de ensino brasileira, sempre tivemos como prática no ensino da língua portuguesa, de forma bem específica, uma cobrança no que diz respeito à forma normativa da gramática portuguesa. Os professores brasileiros em geral sempre se dedicaram a fortalecer a cristalização da língua portuguesa nos moldes da estrutura da língua portuguesa de Portugal. Deixando assim de lado os estudos sobre variações regionais da língua, suas transformações sociais com o passar dos anos e outros aspectos que compõe as variações de uma língua. Não se tem a prática de análise do funcionalismo da linguagem na educação brasileira, a não ser no ensino “superior” (universidade, academia).
É comum se ouvir frases do tipo: “o melhor português do Brasil é o falado pela população de São Luis” ou ainda “quem não fala direito (dentro dos padrões normativos) não tem conhecimento”. Essa prática, esse estereótipo do saber ainda se mantém até hoje, por falta de divulgação, disseminação da estrutura funcionalista da linguagem, seu poder de identificar as mudanças da língua em uma estrutura social, suas variações essenciais e vitais para uma língua tão rica e viva como a portuguesa. É preciso uma desmistificação desses acordos linguísticos que não “abarcam” o nosso cotidiano comunicativo. Dentro da linguística atual, já existem adeptos à ideia de se elaborar uma gramática brasileira própria, que “abarque” nossa realidade linguística, uma revitalização da estrutura lusitana, a fim de aproximar a população brasileira de uma comunicação cotidiana. Talvez nessa nova postura, se encontre a ideal forma de proximidade do funcionalismo ao formalismo em nossa língua portuguesa e, quem sabe, uma maior identificação dessa população com tantas variações étnicas.




Postado por: Hugo

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Funcionalismo

O funcionalismo surgiu dentro do estruturalismo. As teorias de Ferdinand de Saussure vieram como mudança no modo de estudar linguística, e seus conceitos, apesar de muito aceitos, serviram mais como modelo para o desenvolvimento de novas teorias do que como verdades absolutas. Com essa revolução, vários grupos de estudo surgiram pela Europa. Dentre os que tiveram como base o estudo de Saussure estava a Escola de Praga. Dela saíram os principais representantes do funcionalismo, Nikolaj Trubetzkoy e Roman Jakobson.

Trubetzkoy e Jakobson voltaram seus estudos principalmente para a fonologia. Trubetzkoy, com seus trabalhos, lançou vários fundamentos como a distinção entre fonética e fonologia, sendo a fonologia o estudo sobre as funções distintivas do som – função demarcadora e função expressiva. Jakobson, por sua vez, trouxe a distinção de categorias marcadas e não-marcadas, e os conceitos de referente, emissor, função fática, conativa, emotiva, metalinguística, etc.

Mas não só no campo fonológico os linguistas da Escola de Praga influenciaram. Lá foi iniciado o estudo da “concepção funcional da sentença”, ou seja, a ordem em que os elementos aparecem numa frase depende da situação em que o emissor se encontra. O contexto e a intenção organizam as palavras dentro da sentença.

Com essa característica, o funcionalismo se volta para os propósitos da situação comunicativa – quem produz a frase, para quem se fala –, se distanciando do estruturalismo que estudava a linguagem como expressão limitada do pensamento. Por exemplo, os funcionalistas estudariam a linguagem usada nesse blog baseado em seu contexto. Apesar de ser um trabalho universitário, o espaço em que o blog (internet) se encontra e o objetivo comunicativo (ser fonte de explicação para quem nunca teve contato com o estudo linguístico) permitem que usemos o português na sua forma mais popular e acessível.

Podemos pegar como exemplo também essa tirinha:


O funcionalismo explicaria que há a compreensão da mensagem, porque a troca do "L" pelo "R" na palavra "filme" é uma característica de pessoas do interior (contexto o qual  pode ser percebido através das roupas usadas pelos personagens). Assim, não seria possível concluir que o personagem de azul está usando, como é usado em alguns lugares, a gíria "firme?" para perguntar "tudo bem?". 

Outra característica da corrente funcionalista é que toda língua possui uma gramática (conjunto de regras) estável, mas que se adequa diante das diversas situações da comunicação interpessoal.

O funcionalismo, portanto, estuda a linguagem como “um conjunto complexo de atividades comunicativas, sociais e cognitivas”.


Postado por: Carolina Aurea
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Fonte: CUNHA, A. F. In: Mario Eduardo Toscano Martelotta.(Org). Manual de lingüística. São Paulo: contexto, 2008, v.1 

Linguística Histórica

A linguística histórica, dominante no século XIX, tem por objetivo classificar as línguas do mundo de acordo com suas raízes e descrever o seu desenvolvimento histórico. Na Europa do século XIX, a linguística privilegia o estudo comparativo-histórico das línguas indo-européias, preocupando-se especialmente em encontrar suas raízes comuns e em traçar seu desenvolvimento.


A preocupação com a descrição das línguas espalhou-se pelo mundo e milhares foram analisadas em vários graus de profundidade. Quando esse trabalho está em desenvolvimento no início do século XX na América do Norte, os linguístas se confrontam com línguas cujas estruturas se diferenciam fortemente do modelo europeu que é o mais familiar. Percebeu-se, assim, a necessidade de desenvolver uma teoria e métodos de análises da estrutura das línguas.

Para a linguística histórico-comparativa ser aplicada a línguas desconhecidas, o trabalho inicial do linguísta era fazer sua descrição completa. A linguagem verbal era, geralmente, vista como consistindo de vários níveis. O primeiro aspecto estrutural a ser estudado era a família fonética, que se preocupa com os sons da língua sem considerar o sentido. A fonética divide-se em três: articulatória, que estuda as posições e os movimentos labiais da língua e dos outros órgãos relacionados à produção da fala (como as pregas vocais); acústica, que lida com as propriedades do som; e auditiva, que lida com a percepção da fala.

O segundo nível é a fonologia, que identifica e estuda os menores elementos distintos (chamados fonemas) que podem diferenciar o significado das palavras. A fonologia também inclui sílabas, palavras e frases fonológicas e de acentuação e entonação.

O terceiro nível é a morfologia, que analisa as unidades com as quais as palavras são montadas, os morfemas (raízes, prefixos e sufixos). Essas são as menores unidades de sentido da gramática. Os falantes nativos reconhecem os morfemas como gramaticalmente significantes ou significativos.

Segundo (CALVET, 2002, p.35), é impossível separar a história da ciência linguística(mesmo que apenas uma semente) da prórpia história, pois ao teorizar as relações entre as línguas, reflete as relações da comunidade e ideologias dominantes da época em que estão presentes.


Postado por: Andréa Ferreira
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica_hist%C3%B3rica

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Conhecendo a psicolinguística!!




A linguagem por ser uma capacidade humana predominantemente social, permite-nos atuar em várias áreas e conhecer muitas formas onde ela é aplicada, entre essa multidisciplinaridade está a psicolinguística onde se estuda os processos linguísticos comprometidos à produção verbal atuante tanto no ramo da filosofia e o seu caráter interdisciplinar parcialmente na Neurologia e na Psicologia Clínica, dedicando-se ao estudo de doentes mentais, e orientando-se mais recentemente, no campo da Linguística, para o nível do discurso, do texto, e para uma abordagem pragmática da linguagem, sem abandonar a troca de informações com os outros níveis linguísticos de análise.
Entre os estudiosos que se destacaram está Noam chomsky, Lev semenovivich vygostsky e Piegot que fizeram uma associação entre linguagem e pensamento.

NOAM CHOMSKY
 






É professor de Linguística no Instituto de tecnologia de Massachusetts. Para Chomsky, os seres humanos são biologicamente programados pra desenvolver uma linguagem complexa em relação aos demais tipo de linguagem existente. A fala que os adultos apresentam às crianças é mal formada, limitada e possui hesitações, portanto, é inverossímil que uma criança aprenda a linguagem a partir dessas fontes externas - ou seja, Chomsky acredita que esses “dados de entrada” (inputs) não servem como um fator determinante da aquisição da linguagem e que deve existir algum mecanismo mental inato para a aquisição.
A partir de tais suposições, Chomsky questiona (no sentido de colocar as cartas na mesa) o fato de que todo sujeito nasceria com uma Gramática Universal (competência inata).


JEAN PIAGET






Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Para Piaget, defender a existência de um núcleo fixo inato para a linguagem implicaria inferir que, assim como os processos de seleção natural propostos por Charles Darwin, a linguagem seria um golpe do acaso. Portanto, Piaget considera a dimensão exógena (objetivista), focalizando a origem do conhecimento (para nós, conhecimento linguístico) pela interação do sujeito com o objeto de conhecimento (para nós, a língua).

LEV VYGOTSKY




A abordagem de Vygotsky preocupou-se não só em mostrar que os processos de desenvolvimento psicológico não podem ser tratados como eventos estáveis e fixos, mas também em explicar como a maturação física e a aprendizagem sensório-motora interagem com o ambiente de modo a produzir as funções complexas do pensamento humano. Por esse motivo, a comunicação entre as pessoas recebeu muito destaque em sua obra devido à importância que Vygotsky deu à linguagem exigida nas trocas sociais. Ao dar nome, fazer associações e relacionar objetos constrói-se a realidade e, desse modo, os processos mentais vão dando forma ao pensamento e orientando o comportamento.

IMAGENS RELACIONADAS A PSICOLINGUÍSTICA









Postado por: Thayame Lopes
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FONTES:
http://didaticamentefalando.blogspot.com.br/2011/06/contribuicoes-dos-estudos-em.html
Pensamento e linguagem- lev semenovischy (1896-1934)-ridendo Castigat Mores
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Chomsky N.linguagem e pensamento
FREIRE, Paulo. Cartas à Cristina. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
RAPOSO, Eduardo. Teoria da Gramática: a faculdade da linguagem. Lisboa: Caminho, 1992.
SLOBIN, Dan Isaac. Psicolinguística. São Paulo: Editora da USP, 1980.
http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/965.pdf

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Introdução à linguística

Em uma definição bem simples e direta, pode-se dizer que Linguística é o estudo científico da linguagem humana, ou seja, o estudo sobre a capacidade de se comunicar do ser humano e as diversas manifestações dessa linguagem – processos de comunicação.

Mas, no que implica a capacidade de linguagem humana? De acordo com Mário Eduardo Martelotta em seu livro Manual de Linguística, a capacidade de linguagem humana está atrelada a um conjunto de características: 1) físicas, como o processo de emissão de sons – expulsão de ar dos pulmões que faz vibrar as pregas vocais – e as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem; 2) cognitivas, a capacidade de compreender o mundo, armazenar, organizar e transmitir informações; 3) e socioculturais, que são as influências da sociedade em que se vive e como se manifesta a linguagem em cada um dos grupos sociais.

Por envolver diversos pontos de observação, é que a Linguística se torna multidisciplinar. Por exemplo, a psicologia se apoia na Linguística para a análise e compreensão do pensamento, ou seja, como ele se forma, quais os mecanismos de associação que nós fazemos. Da sociologia surge a sociolinguística, que estuda a importante função da linguagem na vida em sociedade. E assim por diante. A linguística com suas várias teorias possibilita essas relações interdisciplinares.

Seu embasamento teórico – e são várias as teorias – é que permite que a linguística seja considerada uma ciência. Por causa disso, surgiram diversas escolas – gerativista, estruturalista –, mas a linguística moderna possui uma concepção funcionalista.

Desde o lançamento póstumo do livro Curso de linguística geral (de Ferdinand de Saussure), a linguística moderna adquiriu um caráter descritivo. Ela busca observar e descrever todas as línguas como elas aparecem sem qualquer juízo de valor, admitindo que a linguagem é contextual, não sendo de seu interesse prescrever qual variação é mais correta.

Foram seus estudos que trouxeram a discussão sobre preconceito linguístico, sobre novos modos de ensinar língua estrangeira, etc. Assim, a linguística é de extrema importância para nós, por não se manter somente no campo teórico.


Postado por: Carolina Aurea
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FONTE: Martelotta, M.E. (org.). (2008).  Manual de Linguística. 1a Ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto.

Apresentação


Olá!

O blog foi criado com o propósito de tirar uma boa nota na matéria de Linguística I, que nós, estudantes do curso de Letras Português-Francês e Letras Português, estamos cursando. Mas, além disso - e mais importante que isso -, estamos aqui para discutir sobre linguística da maneira mais extensa que nossos conhecimentos permitirem.

Aqui discutiremos: as várias teorias que surgiram durante a história do estudo linguístico; as diversas disciplinas que participam conjuntamente com a linguística no estudo científico da linguagem humana; o preconceito linguístico; o porquê de mesmo sendo um trabalho para a universidade, temos a liberdade de neste espaço, o blog, usarmos uma variação mais popular da língua; entre outros assuntos. Comprometendo-nos a sempre escrever textos claros e pesquisados.

Os participantes do grupo são Andrea Ferreira, Hugo, Thayame Lopes, e eu, Carolina Aurea.

Nos vemos por aqui!