Anteriormente ao Renascimento, as caracterizações gramaticais relacionavam-se particularmente às línguas clássicas como por exemplo o latim. A reflexão do toscano Dante Alighieri (1265-1321) sobre as chamadas línguas vulgares da penisula itálica foi uma das raras exceções conhecidas na Europa. Essas línguas tinham origem latina, porém muito utilizada pela população não teve função linguística nos domínios culturais e nas instituições sociais e politicas, relacionadas ao latim. Dante Alighieri, do partido burguês ghibelino, fugiu de florença quando o partido da nobreza, os guelfis, conquistou o governo daquela cidade-estado. Durante seu exílio, conheceu a penísula itálica. Antes mesmo de escrever a Divina Comédia, em vulgari eloquentia, escrito entre 1304 e 1380, esclareceu sua opinião sobre a linguagem humana em geral, e também sobre os vulgares falados na Itália em especial.
Em sua obra, Dante divide as línguas da Europa em três grupos: o grego, o germânici-eslavo e românico, propondo ainda uma subdivisão do último grupo em línguas d' oil, língua d' oc e língua do si. Dante classificava a península itálica em quartoze grandes dialetos, cada um caracterizado por variações secundárias. Podendo observar seu propósito político, pois buscava o melhor vulgar para ser falado em toda península no contexto de uma unificação que compreendia como necessária. O critério de Dante avaliar era mais estilístico e subjetivo do que científico. O milanês, o bergamamasco e o friulano encontram-se entre os falares considerados piores para desempenhar função de língua peninsular. Vendo o genovês como desagradável e o vêneto como híspido. Para o mesmo, os falares trentino e piemontês não eram dignos de ser considerados, devido à sua demasiada proximidade de outras línguas ( respectivamente o alemão e o francês). Dante classificava bárbaros todos falares plebeus.
alemão
Postado por: Andréa Ferreira
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Fonte: A pré-história da Línguistica
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