terça-feira, 30 de outubro de 2012

Funcionalismo

O funcionalismo surgiu dentro do estruturalismo. As teorias de Ferdinand de Saussure vieram como mudança no modo de estudar linguística, e seus conceitos, apesar de muito aceitos, serviram mais como modelo para o desenvolvimento de novas teorias do que como verdades absolutas. Com essa revolução, vários grupos de estudo surgiram pela Europa. Dentre os que tiveram como base o estudo de Saussure estava a Escola de Praga. Dela saíram os principais representantes do funcionalismo, Nikolaj Trubetzkoy e Roman Jakobson.

Trubetzkoy e Jakobson voltaram seus estudos principalmente para a fonologia. Trubetzkoy, com seus trabalhos, lançou vários fundamentos como a distinção entre fonética e fonologia, sendo a fonologia o estudo sobre as funções distintivas do som – função demarcadora e função expressiva. Jakobson, por sua vez, trouxe a distinção de categorias marcadas e não-marcadas, e os conceitos de referente, emissor, função fática, conativa, emotiva, metalinguística, etc.

Mas não só no campo fonológico os linguistas da Escola de Praga influenciaram. Lá foi iniciado o estudo da “concepção funcional da sentença”, ou seja, a ordem em que os elementos aparecem numa frase depende da situação em que o emissor se encontra. O contexto e a intenção organizam as palavras dentro da sentença.

Com essa característica, o funcionalismo se volta para os propósitos da situação comunicativa – quem produz a frase, para quem se fala –, se distanciando do estruturalismo que estudava a linguagem como expressão limitada do pensamento. Por exemplo, os funcionalistas estudariam a linguagem usada nesse blog baseado em seu contexto. Apesar de ser um trabalho universitário, o espaço em que o blog (internet) se encontra e o objetivo comunicativo (ser fonte de explicação para quem nunca teve contato com o estudo linguístico) permitem que usemos o português na sua forma mais popular e acessível.

Podemos pegar como exemplo também essa tirinha:


O funcionalismo explicaria que há a compreensão da mensagem, porque a troca do "L" pelo "R" na palavra "filme" é uma característica de pessoas do interior (contexto o qual  pode ser percebido através das roupas usadas pelos personagens). Assim, não seria possível concluir que o personagem de azul está usando, como é usado em alguns lugares, a gíria "firme?" para perguntar "tudo bem?". 

Outra característica da corrente funcionalista é que toda língua possui uma gramática (conjunto de regras) estável, mas que se adequa diante das diversas situações da comunicação interpessoal.

O funcionalismo, portanto, estuda a linguagem como “um conjunto complexo de atividades comunicativas, sociais e cognitivas”.


Postado por: Carolina Aurea
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Fonte: CUNHA, A. F. In: Mario Eduardo Toscano Martelotta.(Org). Manual de lingüística. São Paulo: contexto, 2008, v.1 

Linguística Histórica

A linguística histórica, dominante no século XIX, tem por objetivo classificar as línguas do mundo de acordo com suas raízes e descrever o seu desenvolvimento histórico. Na Europa do século XIX, a linguística privilegia o estudo comparativo-histórico das línguas indo-européias, preocupando-se especialmente em encontrar suas raízes comuns e em traçar seu desenvolvimento.


A preocupação com a descrição das línguas espalhou-se pelo mundo e milhares foram analisadas em vários graus de profundidade. Quando esse trabalho está em desenvolvimento no início do século XX na América do Norte, os linguístas se confrontam com línguas cujas estruturas se diferenciam fortemente do modelo europeu que é o mais familiar. Percebeu-se, assim, a necessidade de desenvolver uma teoria e métodos de análises da estrutura das línguas.

Para a linguística histórico-comparativa ser aplicada a línguas desconhecidas, o trabalho inicial do linguísta era fazer sua descrição completa. A linguagem verbal era, geralmente, vista como consistindo de vários níveis. O primeiro aspecto estrutural a ser estudado era a família fonética, que se preocupa com os sons da língua sem considerar o sentido. A fonética divide-se em três: articulatória, que estuda as posições e os movimentos labiais da língua e dos outros órgãos relacionados à produção da fala (como as pregas vocais); acústica, que lida com as propriedades do som; e auditiva, que lida com a percepção da fala.

O segundo nível é a fonologia, que identifica e estuda os menores elementos distintos (chamados fonemas) que podem diferenciar o significado das palavras. A fonologia também inclui sílabas, palavras e frases fonológicas e de acentuação e entonação.

O terceiro nível é a morfologia, que analisa as unidades com as quais as palavras são montadas, os morfemas (raízes, prefixos e sufixos). Essas são as menores unidades de sentido da gramática. Os falantes nativos reconhecem os morfemas como gramaticalmente significantes ou significativos.

Segundo (CALVET, 2002, p.35), é impossível separar a história da ciência linguística(mesmo que apenas uma semente) da prórpia história, pois ao teorizar as relações entre as línguas, reflete as relações da comunidade e ideologias dominantes da época em que estão presentes.


Postado por: Andréa Ferreira
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica_hist%C3%B3rica

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Conhecendo a psicolinguística!!




A linguagem por ser uma capacidade humana predominantemente social, permite-nos atuar em várias áreas e conhecer muitas formas onde ela é aplicada, entre essa multidisciplinaridade está a psicolinguística onde se estuda os processos linguísticos comprometidos à produção verbal atuante tanto no ramo da filosofia e o seu caráter interdisciplinar parcialmente na Neurologia e na Psicologia Clínica, dedicando-se ao estudo de doentes mentais, e orientando-se mais recentemente, no campo da Linguística, para o nível do discurso, do texto, e para uma abordagem pragmática da linguagem, sem abandonar a troca de informações com os outros níveis linguísticos de análise.
Entre os estudiosos que se destacaram está Noam chomsky, Lev semenovivich vygostsky e Piegot que fizeram uma associação entre linguagem e pensamento.

NOAM CHOMSKY
 






É professor de Linguística no Instituto de tecnologia de Massachusetts. Para Chomsky, os seres humanos são biologicamente programados pra desenvolver uma linguagem complexa em relação aos demais tipo de linguagem existente. A fala que os adultos apresentam às crianças é mal formada, limitada e possui hesitações, portanto, é inverossímil que uma criança aprenda a linguagem a partir dessas fontes externas - ou seja, Chomsky acredita que esses “dados de entrada” (inputs) não servem como um fator determinante da aquisição da linguagem e que deve existir algum mecanismo mental inato para a aquisição.
A partir de tais suposições, Chomsky questiona (no sentido de colocar as cartas na mesa) o fato de que todo sujeito nasceria com uma Gramática Universal (competência inata).


JEAN PIAGET






Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Para Piaget, defender a existência de um núcleo fixo inato para a linguagem implicaria inferir que, assim como os processos de seleção natural propostos por Charles Darwin, a linguagem seria um golpe do acaso. Portanto, Piaget considera a dimensão exógena (objetivista), focalizando a origem do conhecimento (para nós, conhecimento linguístico) pela interação do sujeito com o objeto de conhecimento (para nós, a língua).

LEV VYGOTSKY




A abordagem de Vygotsky preocupou-se não só em mostrar que os processos de desenvolvimento psicológico não podem ser tratados como eventos estáveis e fixos, mas também em explicar como a maturação física e a aprendizagem sensório-motora interagem com o ambiente de modo a produzir as funções complexas do pensamento humano. Por esse motivo, a comunicação entre as pessoas recebeu muito destaque em sua obra devido à importância que Vygotsky deu à linguagem exigida nas trocas sociais. Ao dar nome, fazer associações e relacionar objetos constrói-se a realidade e, desse modo, os processos mentais vão dando forma ao pensamento e orientando o comportamento.

IMAGENS RELACIONADAS A PSICOLINGUÍSTICA









Postado por: Thayame Lopes
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FONTES:
http://didaticamentefalando.blogspot.com.br/2011/06/contribuicoes-dos-estudos-em.html
Pensamento e linguagem- lev semenovischy (1896-1934)-ridendo Castigat Mores
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Chomsky N.linguagem e pensamento
FREIRE, Paulo. Cartas à Cristina. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
RAPOSO, Eduardo. Teoria da Gramática: a faculdade da linguagem. Lisboa: Caminho, 1992.
SLOBIN, Dan Isaac. Psicolinguística. São Paulo: Editora da USP, 1980.
http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/965.pdf

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Introdução à linguística

Em uma definição bem simples e direta, pode-se dizer que Linguística é o estudo científico da linguagem humana, ou seja, o estudo sobre a capacidade de se comunicar do ser humano e as diversas manifestações dessa linguagem – processos de comunicação.

Mas, no que implica a capacidade de linguagem humana? De acordo com Mário Eduardo Martelotta em seu livro Manual de Linguística, a capacidade de linguagem humana está atrelada a um conjunto de características: 1) físicas, como o processo de emissão de sons – expulsão de ar dos pulmões que faz vibrar as pregas vocais – e as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem; 2) cognitivas, a capacidade de compreender o mundo, armazenar, organizar e transmitir informações; 3) e socioculturais, que são as influências da sociedade em que se vive e como se manifesta a linguagem em cada um dos grupos sociais.

Por envolver diversos pontos de observação, é que a Linguística se torna multidisciplinar. Por exemplo, a psicologia se apoia na Linguística para a análise e compreensão do pensamento, ou seja, como ele se forma, quais os mecanismos de associação que nós fazemos. Da sociologia surge a sociolinguística, que estuda a importante função da linguagem na vida em sociedade. E assim por diante. A linguística com suas várias teorias possibilita essas relações interdisciplinares.

Seu embasamento teórico – e são várias as teorias – é que permite que a linguística seja considerada uma ciência. Por causa disso, surgiram diversas escolas – gerativista, estruturalista –, mas a linguística moderna possui uma concepção funcionalista.

Desde o lançamento póstumo do livro Curso de linguística geral (de Ferdinand de Saussure), a linguística moderna adquiriu um caráter descritivo. Ela busca observar e descrever todas as línguas como elas aparecem sem qualquer juízo de valor, admitindo que a linguagem é contextual, não sendo de seu interesse prescrever qual variação é mais correta.

Foram seus estudos que trouxeram a discussão sobre preconceito linguístico, sobre novos modos de ensinar língua estrangeira, etc. Assim, a linguística é de extrema importância para nós, por não se manter somente no campo teórico.


Postado por: Carolina Aurea
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FONTE: Martelotta, M.E. (org.). (2008).  Manual de Linguística. 1a Ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto.

Apresentação


Olá!

O blog foi criado com o propósito de tirar uma boa nota na matéria de Linguística I, que nós, estudantes do curso de Letras Português-Francês e Letras Português, estamos cursando. Mas, além disso - e mais importante que isso -, estamos aqui para discutir sobre linguística da maneira mais extensa que nossos conhecimentos permitirem.

Aqui discutiremos: as várias teorias que surgiram durante a história do estudo linguístico; as diversas disciplinas que participam conjuntamente com a linguística no estudo científico da linguagem humana; o preconceito linguístico; o porquê de mesmo sendo um trabalho para a universidade, temos a liberdade de neste espaço, o blog, usarmos uma variação mais popular da língua; entre outros assuntos. Comprometendo-nos a sempre escrever textos claros e pesquisados.

Os participantes do grupo são Andrea Ferreira, Hugo, Thayame Lopes, e eu, Carolina Aurea.

Nos vemos por aqui!