Mas,
no que implica a capacidade de linguagem humana? De acordo com Mário Eduardo
Martelotta em seu livro Manual de
Linguística, a capacidade de linguagem humana está atrelada a um conjunto
de características: 1) físicas, como o processo de emissão de sons – expulsão
de ar dos pulmões que faz vibrar as pregas vocais – e as áreas do cérebro
responsáveis pela linguagem; 2) cognitivas, a capacidade de compreender o mundo,
armazenar, organizar e transmitir informações; 3) e socioculturais, que são as
influências da sociedade em que se vive e como se manifesta a linguagem em cada
um dos grupos sociais.
Por
envolver diversos pontos de observação, é que a Linguística se torna
multidisciplinar. Por exemplo, a psicologia se apoia na Linguística para a
análise e compreensão do pensamento, ou seja, como ele se forma, quais os
mecanismos de associação que nós fazemos. Da sociologia surge a
sociolinguística, que estuda a importante função da linguagem na vida em
sociedade. E assim por diante. A linguística com suas várias teorias
possibilita essas relações interdisciplinares.
Seu
embasamento teórico – e são várias as teorias – é que permite que a linguística
seja considerada uma ciência. Por causa disso, surgiram diversas escolas –
gerativista, estruturalista –, mas a linguística moderna possui uma concepção
funcionalista.
Desde
o lançamento póstumo do livro Curso de
linguística geral (de Ferdinand de Saussure), a linguística moderna adquiriu
um caráter descritivo. Ela busca observar e descrever todas as línguas como
elas aparecem sem qualquer juízo de valor, admitindo que a linguagem é
contextual, não sendo de seu interesse prescrever qual variação é mais correta.
Foram
seus estudos que trouxeram a discussão sobre preconceito linguístico, sobre
novos modos de ensinar língua estrangeira, etc. Assim, a linguística é de
extrema importância para nós, por não se manter somente no campo teórico.
Postado por: Carolina Aurea
___________________
FONTE: Martelotta, M.E. (org.). (2008). Manual de Linguística. 1a Ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário